COVID-19 e o fenômeno da vigilância e contravigilância
Gomes / 23 Ottobre 2020

    Com exceção dos serviços de inteligência e militares, uma das áreas que mais se aplica a vigilância é a da saúde. Se tomamos, por exemplo, a ciência médica, desde a anatomia, anamnese, análise de fluídos, estatísticas, manuais de classificações, tecnologia de imagens, diagnósticos e prevenção se verifica a aplicabilidade não somente de procedimentos, métodos, técnicas, mas também tecnologias sofisticadas de imagem, robótica e outras para compreender determinado fenômeno e agentes patógenos. É comum usar os termos vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental, etc. Nesse sentido, todo esse conjunto de saber e de tecnologias é extremamente importante e benéfico para os governos para a elaboração de políticas sanitárias, prevenção, combate, controle e erradicação de doenças e é garantido por meio de investimento em educação, pesquisa científica e tecnológica, saneamento e inclusão social. Visa-se, portanto, o bem-estar da população. A pandemia de COVID-19 é uma dessas realidades em que o conceito de vigilância tem sido aplicado concretamente. Em curto espaço de tempo produziram-se vultosas quantidades de pesquisas, estudos para vacinas, testes para detecção, formulários para identificação de pacientes e aplicativos a partir de geolocalizaão para indicar áreas de maior incidência do vírus para prevenção (Immuni, COVIDSafe, OpenTrace, etc)[1]. French e Monahan afirmam…

Roboética: um começo de conversa sobre inteligência artificial e ética
Gomes / 26 Aprile 2019

Roboética: um começo de conversa sobre inteligência artificial e ética O objetivo dessa série de artigos é compreender e refletir acerca de algo que, aos poucos, torna-se cada vez mais corriqueiro na vida da sociedade, o uso dos robots, outrora, presentes somente no mundo sci fiction, e deixa as telas de cinema para se tornar realidade. Tais tecnologias são aplicadas em diferentes áreas da vida humana e, em muitas situações, levantam questões complexas, devido às próprias ambivalências decorrentes das tecnologias em si mesmas e de suas possibilidades de vulnerar o ser humano, bem como outras formas de vida ao entorno. Assim, inaugura-se, a partir desse novo campo de discussões, uma nova área de ética aplicada à robótica com a finalidade de refletir sobre tais problemáticas. O filme “o homem bicentenário” (disponível on-line também em outras línguas), conta a história de um robot, o NDR “Andrew”, que é comprado executar serviços domésticos e, aos poucos, humaniza-se. Sua presença na família gera tensões e desconfortos, surpresas e expectativas. Neste processo de humanização do humanoide, algumas características emergem: identificar emoções das pessoas, criatividade, sensibilidade, desejo de mudar o rosto enrijecido para transmitir melhor os próprios sentimentos, desejo de liberdade, desejos e pulsões sexuais,…