Laudate deum: c’è un futuro per la vostra speranza?
Dalbem / 6 Ottobre 2023

Otto anni dopo la pubblicazione della Laudato Si’, torna la voce profetica di Papa Francesco sul grave problema ambientale. Più che un problema sociale, per Francesco è una questione che tocca profondamente l’identità umana nelle sue relazioni, così come la sopravvivenza concreta dell’umanità in questo mondo; una questione che non riguarda un futuro lontano, ma un presente in cui stiamo concretamente soffrendo le conseguenze di una crisi. Laudate Deum, la nuova esortazione apostolica, è piuttosto breve (solo 73 paragrafi) e ha un carattere pragmatico-pastorale, senza perdersi in riflessioni alte, ma toccando concretamente la realtà. Francesco si rende conto che, nonostante le molte voci autorevoli che hanno affrontato la questione negli ultimi anni, purtroppo non sono stati compiuti i passi necessari per arginare il peggioramento della situazione e per realizzare il necessario cambiamento di mentalità e di paradigma. Anche con tanti sforzi per risolvere la disinformazione e l’ovvietà delle evidenze, ci sono ancora tanti racconti disarticolati e “fake news” che circolano per sostenere o minimizzare il problema e le conseguenze sempre più gravi del riscaldamento globale. In questo breve articolo, ci limiteremo per ora a presentare la riflessione papale in modo molto sintetico, con l’obiettivo di avviare dialoghi futuri. Cercheremo di…

O código genético das manifestações terroristas contra a democracia brasileira
Dalbem / 17 Gennaio 2023

O final de semana de 07 e 08 de janeiro passado ficou marcado no Brasil como um dos mais tristes para a nossa ainda jovem democracia (1889). Foram vandalizados na cidade-capital Brasília os prédios dos três poderes constituídos. Não bastasse o ataque físico e simbólico a locais tão importantes à vida política do país, o dano histórico e artístico agrava ainda mais a situação, uma vez que o patrimônio pictórico, documental e artístico ali presente foi praticamente todo destruído. Verdadeiros sinais de barbárie provocados por um grupo revoltoso que parece ter perdido sinais básicos de humanidade e mínimos de civilização. Homens e mulheres irracionalizados… Prefiro utilizar o termo assim, irracionalizados, em forma verbal flexionada em particípio passivo, pois tal situação é a ponta de um processo de formação e destruição de sentido de bem comum e vida social iniciado e fomentado por elementos econômicos e políticos atuantes já de algum tempo, não somente em âmbito nacional, mas também mundial. Enfim, massa de manobra a serviço de oligarquias políticas, agrárias e mercadológicas a quem não é interessante a constante e salutar ruptura do status quo constantemente promovida pelo movimento intrínseco aos regimes democráticos. Como bem enfatizou o atual chefe do executivo…

Ninguém pode salvar-se sozinho. Uma breve reflexão sobre a mensagem do Santo Padre para 56° dia mundial da paz
Dalbem / 30 Dicembre 2022

«Quanto aos tempos e aos momentos, irmãos, não precisais que vos escreva. Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão» (1Tes 5,1-2). Com estas palavras do apóstolo São Paulo, Papa Francisco começa sua mensagem para o Dia Mundial da Paz do ano de 2023. Trata-se de um dos momentos mais complexos para a humanidade nos últimos decênios: vivemos ainda os efeitos de uma pandemia ora enfraquecida, mas não de tudo terminada, e as dores de uma guerra ainda em curso entre Rússia e Ucrânia, que está já para completar um ano. O caráter escatológico da frase paulina exorta a comunidade de fé a manter-se fiel e vigilante na escuta ativa da presença de Deus na realidade histórica. E é justamente sobre este ponto que Papa Francisco desenvolverá a subsequente reflexão: em meio à ambiguidade que a humanidade carrega em seu “realizar-se” histórico, encontramos a voz de Deus que nos fala; cabe a nós escuta e discernimento para interpretá-la. O choque provocado pela pandemia revelou a insuficiência de um modelo sociocultural-econômico baseado sobre o império da técnica regido pela economia. Enquanto a sede pelo lucro cega, não permitindo reconhecer o valor real…

Necropolítica 3/3: Necropolítica e Estrutura de pecado, um horizonte de reflexão que se abre
Dalbem / 6 Gennaio 2022

Em modo muito sintético, como nos pede a escrita em um blog, vimos nos artigos passados como o conceito de necropolítica proposto por Mbembe, bem como suas raízes no biopoder de Foucault, nos auxilia na compreensão de um modo de injustiça social, que ultrapassa o mero ato singular, para se complexificar na construção de estruturas sócio-econômico-culturais geradoras de morte e exclusão. Em linha muito próxima a esta reflexão, o pensamento moral católico encontrou nas expressões “pecado social” e “estruturas de pecado”, uma vertente para expressar seu parecer diante das estruturas de injustiça presentes nas sociedades modernas que geraram e geram verdadeiros “holocaustos”, matando não somente fisicamente mas, como evidencia o pensamento do professor Mbembe, criando um exército de “mortos-vivos sociais” através da exclusão. Dos números 98 a 101 de Veritatis Splendor, o papa São João Paulo II, refletindo sobre os diversos problemas sociais que colocam em risco o respeito à dignidade humana, percebe como diversos elementos presentes não somente na política, como também na economia, se apresentam como verdadeiras estruturas a minar o direito à vida, extraindo de tantos o acesso ao mais básico para a sobrevivência, reduzindo o humano a um objeto, escravizando-o sob diversas formas. É um pecado…

Necropolítica 2/3: Suas raízes no pensamento de Foucault
Dalbem / 10 Dicembre 2021

Antes de seguirmos aprofundando propriamente no conceito de “necropolítica”, proposto pelo prof. Mbembe, se faz necessário descer às raízes epistemológicas de seu pensamento para compreender como o autor aprofunda em processo de continuidade e descontinuidade a tradição filosófica recebida. Sendo assim, constatamos que a visão de Achile Mbembe encontra sua base no conceito de “bio-poder”, proposto pelo célebre filósofo Michel Foucault. A primeira aparição consistente de tal pensamento que temos conhecimento, acontece no interior do último capítulo, «Direito de morte e poder sobre a vida», do I Volume, Vontade de saber, da História da Sexualidade de Foucault. De modo extremamente resumido, podemos dizer que o filósofo francês parte do modo como era exercido nos regimes antigos o “direito de morte”. Aparentemente como uma evolução do patria potestas do direito romano, através do qual o chefe de família poderia dispor da vida de seus filhos e escravos, o soberano, para defender a sua vida e a vida do Estado, poderia decidir “justificadamente” sobre a morte de determinados indivíduos ou grupos para que assim a ameaça cessasse. A guerra, deste modo, é justificada como um instrumento sobretudo de proteção. Com o passar das etapas históricas e, principalmente, a evolução da técnica e…